A cultura organizacional é basicamente o conjunto de valores, regras e princípios adotados por uma empresa, e ela interfere diretamente na reputação de uma marca… Sério, é isso mesmo? A resposta é sim: a cultura organizacional pode gerar resultados positivos ou negativos, mas vamos entender um pouco mais sobre o assunto.
O Branding, que é a gestão de marcas, tem como objetivo garantir a reputação de uma empresa ou produto. Ele trabalha não só para construir uma boa imagem, mas para que ela realmente entregue o que promete, reunindo várias áreas do conhecimento (design, publicidade, marketing e administração) com o propósito de colocar a marca na mente das pessoas. Não se trata apenas da conceituação visual, mas de todo o discurso da marca e em toda comunicação com seu consumidor.
Aprofundando um pouco mais, sabemos que o mundo tem passado por muitas mudanças e de forma muito intensa. As estruturas das empresas, os modelos de negócios e as pessoas não são mais as mesmas. Agora, os consumidores estão mais atentos e exigentes, preocupados se uma marca ou produto cumpre mesmo o que promete. Não adianta passar uma falsa impressão aos seus clientes: se elas vendem uma imagem mas não a vivem internamente, logo perdem espaço no mercado.
No mundo de hoje, há empresas como o AIRBNB que conecta turistas a locais de hospedagem no mundo inteiro sem ter um único imóvel. O UBER presta serviços de transporte privado sem possuir um único veículo próprio. O mundo mudou mesmo!
Se uma organização vende uma imagem de empresa moderna, inovadora e que respeita às relações humanas, mas sua gestão interna é conservadora e ela possui uma coleção de processos trabalhistas ou de assédio moral, logo perdem credibilidade. Ou exemplo é o caso da SAMARGO em relação ao desastre em Mariana-MG… aqui nem é preciso entrar muito nos detalhes para perceber sobre o que estou falando.
Falando agora um pouco sobre modelo de gestão, no Brasil dispomos de um modelo mais rígido ou tradicional. Em grande parte das empresas, o nível hierárquico entre seus componentes é bastante severo. Nelas, os proprietários vivem como se seus colaboradores fossem parte de sua propriedade particular, há pouco diálogo e o nível de satisfação dos trabalhadores é baixo. Aqui vemos a figura tão conhecida do “Chefe”, e boa parte deles acha que os funcionários não vestem a camisa da empresa. Elas não vivem a missão, visão e valores que prometem – são apenas quadros pendurados nas paredes, e esse tipo de prática não rende bons resultados a longo prazo.
Mas atualmente existem empresas mais flexíveis, aquelas chamadas orgânicas. Elas costumam valorizar o indivíduo e suas relações, baseiam-se na confiança em seus colaboradores e no compartilhamento de responsabilidades. Grande parte investe no conhecimento dos funcionários, ao contrário do modelo anterior, que acredita que investir em cursos ou capacitação é perda de tempo e dinheiro, porque têm medo deles irem embora. As empresas orgânicas entendem que ter pessoas mais qualificadas traz melhores resultados. Elas não possuem “chefes”, mas “líderes”, e posso garantir que os resultados das duas culturas são bem diferentes.
O objetivo deste texto não é dizer qual modelo está correto, mas sim alertar que ambos têm resultados distintos e que não se consegue novos resultados com práticas antigas.
Talvez já seja a hora de mudar, e investir em Branding na sua empresa pode ser o primeiro passo dessa mudança.
Eduardo Meneses
Designer gráfico, Consultor em Design e Vice-presidente da ADEGRAF
texto escrito em 28/10/17
fonte: https://www.linkedin.com/pulse/voc%C3%AA-quer-resultados-novos-com-pr%C3%A1ticas-antigas-eduardo-meneses/